quinta-feira, 26 de abril de 2012

Projetos da escola

"Reforço de Matemática"

Seu nome é Edna Inês Natalí de Demétrio. Ela é professora de ensino fundamental II e médio, sua disciplina é matemática. Seu projeto na escola é a recuperação de matemática e tem como objetivo nivelar a aprendizagem de todos os alunos (sem desigualdade). A recuperação vai fazer com que os alunos da “EMEF RUY BARBOSA” tenham um bom conhecimento para subir na vida com um ensino melhor. Ela diz que todos os alunos são maravilhosos e deixa uma mensagem para eles: “Faz parte da humanidade de um mestre advertir seus alunos contra ele mesmo.”

Por Rafaela Pan – 7ªB

terça-feira, 24 de abril de 2012

Projetos da escola

CURSO DE ALEMÃO



Seu nome é Miriam de Castro Dutra Carvalho. Ela é professora de Ensino Fundamental II e Médio, sua  disciplina é Língua Portuguesa. Fez faculdade de Letras e um curso de Alemão.

O Projeto “Alemão” tem como objetivo dar aos alunos da E.M.E.F. Ruy Barbosa a oportunidade de aprender uma segunda língua estrangeira gratuitamente. Espera que seus alunos tenham mais oportunidades de emprego e também que eles ampliem seus horizontes, aprendendo uma nova língua e uma nova cultura.
A professora deixa aqui a sua mensagem: aprender alemão pode mudar sua vida.


Fotos: Felipe 8ªA
Texto: Gabriela Bonome 6ªA



Exposição “Um jovem de São Paulo”


    Os professores Roberto, Mégui e  Marly propuseram a criação de uma exposição com o tema ‘Um jovem de São Paulo’ contendo produções dos alunos da EMEF Ruy Barbosa.
    Um painel foi  feito com desenhos de alguns alunos: Felipe, Gabriela, Juan, Brendha, Miriam, Lilian e Maria Vitoria- 8ªA; Giovani e Freddy- 8ªC e Barbara Borges-8ªD.
   
    Junto a esse painel ficaram os cartazes produzidos pelos alunos das 7ª e 8ª séries, e também as malas, com o intuito de mostrar a vida dos jovens paulistanos nos dias de hoje.

Fotos: Felipe 8ªA
Texto: Juan 8ªA

ACONTECEU NO RUY...

No dia 11/04/2012, os alunos das 8ªséries realizaram uma atividade    extraclasse no ABRIGO BEZERRA DE MENEZES.
Todas as oitavas séries fizeram um trabalho de recolhimento de doações para levar ao asilo como: Fraudas geriátricas; Sabonetes; Cremes dentais; Café
e Sabão em pó.
Os alunos agradecem a colaboração da galerinha do FUND. I, pois eles ajudaram bastante!


Fotos: Felipe e Maria Vitória 8ªA
Texto: Felipe 8ªA

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Texto semanal — 24 a 27 /abril / 2012


O Buscador

                                                                                  Jorge Bucay



Esta é a história de um homem a quem eu definiria como um “buscador”... Um “buscador” é alguém que busca, não necessariamente alguém que encontra. Também não é alguém que, necessariamente, sabe o que é que está buscando, é simplesmente alguém para quem sua vida é uma busca. Um dia, o “buscador” sentiu que deveria ir até a cidade de Kammir. Ele tinha aprendido a dar muita atenção a essas sensações que vinham de algum lugar desconhecido de si mesmo, e foi assim que deixou tudo e partiu.

Depois de dois dias a andar por caminhos cheios de poeira, de longe viu Kammir. Um pouco antes de chegar ao povoado, uma colina do lado direito da trilha chamou sua atenção. O local estava coberto de um verde maravilhoso e tinha muitas árvores, pássaros e flores encantadoras; o local estava rodeado por completo por uma espécie de cerca pequena de madeira lustrada. ...Uma portinha de bronze o convidava a entrar. De repente sentiu que esquecia o povoado e sucumbiu à tentação de descansar por um instante nesse lugar. O “buscador” atravessou a portinha e começou a caminhar muito devagar entre as pedras brancas que estavam espalhadas aleatoriamente entre as árvores. Deixou que seus olhos pousassem como borboletas em cada detalhe daquele paraíso multicolor. Seus olhos eram os de um “buscador”, e talvez por esse motivo descobriu sobre uma das pedras, aquela inscrição...: Abdul Tareg, viveu 8 anos, 6 meses, 2 semanas e 3 dias. Ficou um pouco surpreso ao perceber que essa pedra não era apenas uma pedra, era uma lápide. Sentiu muita tristeza pensando que uma criança de tão tenra idade estava enterrada nesse lugar. Olhando ao redor, o homem percebeu que a pedra que estava ao lado também tinha uma inscrição. Aproximou-se para poder ler, dizia: Yamir Kalib, viveu 5 anos, 8 meses e 3 semanas. O “buscador” sentiu-se terrivelmente abalado. Esse belo local era um cemitério e cada pedra, um túmulo. Uma por uma começou a ler as lápides. Todas tinham inscrições parecidas: um nome e o tempo exato de vida do morto. Mas o que o espantou realmente, foi comprovar que a pessoa que mais tempo tinha vivido passava de apenas 11 anos...

Abalado por uma terrível dor, sentou-se e começou a chorar. O vigia do cemitério, que passava pelo local, se aproximou. Observou o homem chorando em silêncio por alguns instantes e depois perguntou se chorava por algum familiar. - Não, familiar nenhum – respondeu o “buscador” – que acontece com este povoado? Que coisa tão terrível tem esta cidade? Por que tantas crianças mortas enterradas neste lugar? Qual é a horrível maldição que tem esta gente, que tenha exigido construir um cemitério só para crianças? O ancião sorriu e disse: - Pode ficar tranquilo. Não tem maldição alguma. O que acontece é que aqui temos um velho costume. Vou contar pra você... Quando um jovem faz 15 anos, seus pais dão-lhe de presente um caderninho, como este aqui, pendurado no meu pescoço. E é tradição entre nós que, a partir daquele momento, cada vez que a gente desfruta intensamente alguma coisa, abre o caderninho e anota nele: À esquerda, o que foi desfrutado... À direita, quanto tempo durou. Conheceu sua namorada, apaixonou-se por ela, quanto tempo durou essa paixão enorme e o prazer de conhecê-la? Uma semana? Duas? Três semanas e meia?... E depois... a emoção do primeiro beijo, o prazer maravilhoso do primeiro beijo, quanto durou? O minuto e meio do beijo? Dois dias? Uma semana? ... A gravidez ou o nascimento do primeiro filho... O casamento dos amigos... A viagem mais desejada... O encontro com o irmão que volta de um país distante. Quanto tempo durou desfrutar dessas situações? Horas? Dias? Quando alguém morre, é nosso costume abrir seu caderno e somar o tempo de todas as coisas desfrutadas, para escrever sobre o túmulo. Porque esse é, para nós, o único e verdadeiro tempo vivido.

Texto semanal — 10 a 13 /abril / 2012


O Sonho dos Ratos

Rubem Alves

Era uma vez um bando de ratos que vivia no buraco do assoalho de uma casa velha. Havia ratos de todos os tipos: grandes e pequenos, pretos e brancos, velhos e jovens, fortes e fracos, da roça e da cidade.

Mas ninguém ligava para as diferenças, porque todos estavam irmanados em torno de um sonho comum: um queijo enorme, amarelo, cheiroso, bem pertinho dos seus narizes. Comer o queijo seria a suprema felicidade... Bem pertinho é modo de dizer.

Na verdade, o queijo estava imensamente longe porque entre ele e os ratos estava um gato... O gato era malvado, tinha dentes afiados e não dormia nunca. Por vezes fingia dormir. Mas bastava que um ratinho mais corajoso se aventurasse para fora do buraco para que o gato desse um pulo e, era uma vez um ratinho... Os ratos odiavam o gato.

Quanto mais o odiavam mais irmãos se sentiam. O ódio a um inimigo comum os tornava cúmplices de um mesmo desejo: queriam que o gato morresse ou sonhavam com um cachorro...

Como nada pudessem fazer, reuniram-se para conversar. Faziam discursos, denunciavam o comportamento do gato (não se sabe bem para quem), e chegaram mesmo a escrever livros com a crítica filosófica dos gatos. Diziam que um dia chegaria em que os gatos seriam abolidos e todos seriam iguais. "Quando se estabelecer a ditadura dos ratos", diziam os camundongos, "então todos serão felizes"...

- O queijo é grande o bastante para todos, dizia um.

- Socializaremos o queijo, dizia outro.

Todos batiam palmas e cantavam as mesmas canções.

Era comovente ver tanta fraternidade. Como seria bonito quando o gato morresse! Sonhavam. Nos seus sonhos comiam o queijo. E quanto mais o comiam, mais ele crescia. Porque esta é uma das propriedades dos queijos sonhados: não diminuem: crescem sempre. E marchavam juntos, rabos entrelaçados, gritando: "o queijo, já!".

Sem que ninguém pudesse explicar como, o fato é que, ao acordarem, numa bela manhã, o gato tinha sumido. O queijo continuava lá, mais belo do que nunca. Bastaria dar uns poucos passos para fora do buraco. Olharam cuidadosamente ao redor. Aquilo poderia ser um truque do gato. Mas não era.

O gato havia desaparecido mesmo. Chegara o dia glorioso, e dos ratos surgiu um brado retumbante de alegria. Todos se lançaram ao queijo, irmanados numa fome comum. E foi então que a transformação aconteceu.

Bastou a primeira mordida. Compreenderam, repentinamente, que os queijos de verdade são diferentes dos queijos sonhados. Quando comidos, em vez de crescer, diminuem.

Assim, quanto maior o número dos ratos a comer o queijo, menor o naco para cada um. Os ratos começaram a olhar uns para os outros como se fossem inimigos. Olharam, cada um para a boca dos outros, para ver quanto queijo haviam comido. E os olhares se enfureceram.

Arreganharam os dentes. Esqueceram-se do gato. Eram seus próprios inimigos. A briga começou. Os mais fortes expulsaram os mais fracos a dentadas. E, ato contínuo, começaram a brigar entre si.

Alguns ameaçaram a chamar o gato, alegando que só assim se restabeleceria a ordem. O projeto de socialização do queijo foi aprovado nos seguintes termos:

“Qualquer pedaço de queijo poderá ser tomado dos seus proprietários para ser dado aos ratos magros, desde que este pedaço tenha sido abandonado pelo dono”.

Mas como rato algum jamais abandonou um queijo, os ratos magros foram condenados a ficar esperando. Os ratinhos magros, de dentro do buraco escuro, não podiam compreender o que havia acontecido.

O mais inexplicável era a transformação que se operara no focinho dos ratos fortes, agora donos do queijo. Tinham todo o jeito do gato o olhar malvado, os dentes à mostra.

Os ratos magros nem mais conseguiam perceber a diferença entre o gato de antes e os ratos de agora. E compreenderam, então, que não havia diferença alguma. Pois todo rato que fica dono do queijo vira gato. Não é por acidente que os nomes são tão parecidos.

"Qualquer semelhança com fatos reais é mera coincidência!"

“Dialogando através de textos”


Rosely Sayão

Invasão de especialistas



Na escola, o mau uso de princípios teóricos da psicologia deu um aspecto moralista a essa disciplina



No princípio, era a escola com seus alunos e professores. Uniformes impecáveis, comportamentos idem, disciplina militar, regras de todos os tipos, alunos em geral obedientes, passivos, temerosos.

Quando o aluno cometia alguma falta, era imediatamente penalizado: era obrigado a escrever muitas vezes alguma frase, ficar no canto da sala, levar puxão de orelha etc. A suspensão e a expulsão também eram punições aplicadas de modo exemplar.

Há quem sinta uma certa nostalgia dessa escola, que assim permaneceu pelo menos até o início dos anos 60. O que não se costuma considerar é que essa escola era para poucos, bem poucos. Para os alunos que não precisavam que a escola, de fato, exercesse seu papel.

Para bem funcionar, essa escola distribuía vereditos: alunos que não aprendiam como a média dos colegas eram simplesmente considerados inaptos para o estudo escolar. E ponto final.

Na década de 60 surgiram novas teorias da educação que traziam o anseio de alunos mais participativos em seu processo escolar e condenavam muitos dos castigos até então aplicados. Novos ares tomaram conta da escola. Nos anos 70, a instituição se abriu para muitos alunos novos que, antes, não tinham lugar na escola.

Mudou muita coisa, mas quero chamar a atenção para uma nova presença no espaço escolar: a dos psicólogos. A proposta da entrada desses profissionais na escola era bem interessante: colaborar para que o ensino fosse democrático, ou seja, garantir que todo tipo de aluno pudesse aprender.

Mas essa proposta não vingou. Diagnósticos "psi", atendimentos clínicos na escola e o mau uso de princípios teóricos da psicologia deram um ar moralista a essa disciplina do conhecimento no espaço escolar. Logo depois chegaram também os fonoaudiólogos, os fisioterapeutas, os psicopedagogos....

Não parou aí. Na sequência, os médicos foram convidados e/ou se convidaram a entrar na escola também e os diagnósticos médicos explicando e justificando as mais diversas questões dos alunos passaram a ter presença regular na instituição.

No princípio, era a escola com seus alunos e seus professores; agora temos alunos, professores, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicopedagogos e médicos das mais diferentes especialidades. São os chamados especialistas.

Você pensa, caro leitor, que vamos parar por aí? Nem pensar. Agora há outro profissional entrando pela porta da frente da escola e interferindo nela: os advogados.

Atualmente, muitos pais têm procurado advogados para que eles garantam o que consideram um direito do filho ou para que processem a escola por ter agido mal ou por não ter agido em situações bem diversas, como notas, relacionamento com colegas, relacionamento com professores, aprovações, retenções, fatos que repercutem nas redes sociais e envolvem alunos da mesma escola etc.

Estamos vendo a inauguração de uma cultura escolar.

No princípio, era a escola com seus alunos e professores; agora temos a relação entre aluno e professor com a interferência de vários outros especialistas, inclusive médicos e advogados.

Deveríamos nos interessar em saber como fica a relação que deveria ser a mais preciosa - entre professor e aluno - com a intervenção de tantos outros profissionais alheios à educação escolar.



ROSELY SAYÃO é psicóloga e autora de "Como Educar Meu Filho" (Publifolha)

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Srs. Pais,

                        Sabemos como era a relação entre professor e aluno até alguns anos atrás. Mas, e agora, como os senhores acham que está ficando essa preciosa relação com a intervenção de profissionais de outras áreas estranhas à educação na vida escolar de nossos filhos? Lembrando que os serviços de que de fato necessitamos (fono., psico., por ex) não estão disponíveis na rede pública, com a rapidez de que a Escola gostaria para os encaminhamentos.
Equipe da EMEF “Ruy Barbosa