Rosely Sayão
Invasão de
especialistas
Na escola, o mau uso de
princípios teóricos da psicologia deu um aspecto moralista a essa disciplina
No princípio,
era a escola com seus alunos e professores. Uniformes impecáveis,
comportamentos idem, disciplina militar, regras de todos os tipos, alunos em
geral obedientes, passivos, temerosos.
Quando o aluno
cometia alguma falta, era imediatamente penalizado: era obrigado a escrever
muitas vezes alguma frase, ficar no canto da sala, levar puxão de orelha etc. A
suspensão e a expulsão também eram punições aplicadas de modo exemplar.
Há quem sinta
uma certa nostalgia dessa escola, que assim permaneceu pelo menos até o início
dos anos 60. O que não se costuma considerar é que essa escola era para poucos,
bem poucos. Para os alunos que não precisavam que a escola, de fato, exercesse
seu papel.
Para bem
funcionar, essa escola distribuía vereditos: alunos que não aprendiam como a
média dos colegas eram simplesmente considerados inaptos para o estudo escolar.
E ponto final.
Na década de 60
surgiram novas teorias da educação que traziam o anseio de alunos mais
participativos em seu processo escolar e condenavam muitos dos castigos até
então aplicados. Novos ares tomaram conta da escola. Nos anos 70, a instituição
se abriu para muitos alunos novos que, antes, não tinham lugar na escola.
Mudou muita
coisa, mas quero chamar a atenção para uma nova presença no espaço escolar: a
dos psicólogos. A proposta da entrada desses profissionais na escola era bem
interessante: colaborar para que o ensino fosse democrático, ou seja, garantir
que todo tipo de aluno pudesse aprender.
Mas essa
proposta não vingou. Diagnósticos "psi", atendimentos clínicos na
escola e o mau uso de princípios teóricos da psicologia deram um ar moralista a
essa disciplina do conhecimento no espaço escolar. Logo depois chegaram também
os fonoaudiólogos, os fisioterapeutas, os psicopedagogos....
Não parou aí.
Na sequência, os médicos foram convidados e/ou se convidaram a entrar na escola
também e os diagnósticos médicos explicando e justificando as mais diversas
questões dos alunos passaram a ter presença regular na instituição.
No princípio,
era a escola com seus alunos e seus professores; agora temos alunos,
professores, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas
ocupacionais, psicopedagogos e médicos das mais diferentes especialidades. São
os chamados especialistas.
Você pensa,
caro leitor, que vamos parar por aí? Nem pensar. Agora há outro profissional
entrando pela porta da frente da escola e interferindo nela: os advogados.
Atualmente,
muitos pais têm procurado advogados para que eles garantam o que consideram um
direito do filho ou para que processem a escola por ter agido mal ou por não
ter agido em situações bem diversas, como notas, relacionamento com colegas,
relacionamento com professores, aprovações, retenções, fatos que repercutem nas
redes sociais e envolvem alunos da mesma escola etc.
Estamos vendo a
inauguração de uma cultura escolar.
No princípio,
era a escola com seus alunos e professores; agora temos a relação entre aluno e
professor com a interferência de vários outros especialistas, inclusive médicos
e advogados.
Deveríamos nos
interessar em saber como fica a relação que deveria ser a mais preciosa - entre
professor e aluno - com a intervenção de tantos outros profissionais alheios à
educação escolar.
ROSELY
SAYÃO é psicóloga e autora de
"Como Educar Meu Filho" (Publifolha)
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Srs.
Pais,
Sabemos como era a
relação entre professor e aluno até alguns anos atrás. Mas, e agora, como os
senhores acham que está ficando essa preciosa relação com a intervenção de
profissionais de outras áreas estranhas à educação na vida escolar de nossos
filhos? Lembrando que os serviços de que de fato necessitamos (fono., psico.,
por ex) não estão disponíveis na rede pública, com a rapidez de que a Escola
gostaria para os encaminhamentos.
Equipe da EMEF “Ruy
Barbosa
Boa noite sou mãe de um aluno da 5ºA "Gustavo Parizi"no período da tarde ... ou seja na minha opinião atrapalha outros especialistas ficar se metendo no ensino onde já s dizia é o Aluno e o Professor acho que como os antigos eles conseguiam e hoje não seria diferente pois estudarão pra isso assim como os médicos,psicanalistas, e etc ... assim acho q deveriamos lutar pra ter a ligaçao do Professor com o aluno e assim se faz como antigamente o aluno faz a escola e assim nos em casa possamos dar a educação pra que nossos filhos possam obedece-los....
ResponderExcluiratt:
Andresa Parizi